sábado, 4 de janeiro de 2014

O papel dos campos magnéticos de um buraco negro

O ambiente ao redor de um buraco negro é uma confusão muito grande. Mas essa confusão agora faz um pouco mais de sentido para os cientistas, graças à uma nova simulação computadorizada que mostra como a rotação de um buraco negro pode alinhar com o disco de matéria que o orbita, assim como os jatos ultra velozes que irrompem do monstro cósmico.


Segundo os pesquisadores, o segredo está nos campos magnéticos do buraco negro.
Para ilustrar o que acontece nas imediações desse objeto, os astrofísicos Jonathan McKinney e Roger Blandford, da Universidade de Stanford e Princeton (EUA) criaram uma simulação virtual desse sistema.
Buracos negros sugam para dentro de si todo tipo de matéria, nem mesmo a luz é capaz de escapar. A colossal força gravitacional desses objetos causa uma distorção muito grande no tecido do espaço-tempo, criando um seu interior uma singularidade, cuja temperatura e energia tendem ao infinito.
Mas assim como o buraco negro pode absorver a massa de estrelas, planetas, nebulosas e de qualquer outra coisa, eles também podem absorver seus campos magnéticos, se tornando cada vez mais magneticamente carregados.
Quando um buraco negro absorve um campo magnético muito forte, como de uma estrela, a simulação revela que o monstro cósmico torce o espaço-tempo todo ao seu redor, fazendo com que as linhas do campo magnético se “torçam” em espirais ao longo do eixo da rotação do buraco negro.
Essas linhas torcidas do campo magnético acabam produzindo jatos de plasma (gás quente) que irrompem do buraco negro ao longo de seu eixo de rotação. Esse campo magnético é capaz de afetar também o alinhamento de matéria que orbita o buraco negro, formando um disco de acreção, que se alinhará com o sentido da rotação do objeto.
“Os fortes campos magnéticos mudam a dinâmica de todo o sistema de um buraco negro, incluindo seus jatos de plasma. É surpreendente como todo o sistema se alinha”, explica McKinney .

Regiões em torno de um buraco não são fáceis de serem observadas com telescópios, mas os pesquisadores estão conseguindo cada vez mais compreender a natureza desses exóticos objetos.

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