sábado, 4 de janeiro de 2014

O que aconteceria se um buraco negro aparecesse no sistema solar?

Coisa boa não seria, disso estamos certos. Buracos negros são os objetos mais devastadores do universo, sugando tudo o que encontram pela frente para frente para seu interior – nada pode escapar, nem mesmo a luz.
E o que aconteceria se um buraco negro aparecesse no nosso sistema solar? Supondo que ele estivesse nos confins do sistema solar, o primeiro sintoma seria mudanças sutis nas órbitas dos planeta exteriores (Júpiter, Saturno, Urano e Netuno).
O buraco negro sugaria para si cometas que viajam pela nuvem de Oort. Até então, seria impossível observar – mesmo com nossos melhores telescópios – o buraco negro iniciando seu jantar  do sistema solar. O buraco negro em si não emite luz e a única maneira de detectá-lo é quando ele consome grandes quantidades de gás.
Se o buraco negro continuasse se movendo em direção ao interior do sistema solar, as órbitas dos planetas se tornariam caóticas. Júpiter seria a primeira vítima, por causa de sua grande atração gravitacional. O buraco negro sugaria rapidamente todo o gás do gigante gasoso, formando um disco brilhante de gás ao redor do monstro cósmico, emitindo radiação de raios-X.
Vale lembrar que no nosso exemplo, Júpiter é milhares de vezes maior que o buraco negro, mas a massa do mesmo é milhões de vezes a massa de Júpiter. Aos poucos, Júpiter vai desaparecendo do sistema solar.
À essa altura, a Terra já estará em graves problemas. Os efeitos gravitacionais do buraco negro teriam causado colossais terremotos e erupções vulcânicas por todo o planeta. A órbita já estaria totalmente desregulada, e o planeta poderia se afastar ou até se aproximar mais do Sol, causando grandes mudanças climáticas que acabariam com toda a vida em instantes. Os efeitos da maré transformaria todo o planeta em uma quente superfície de magma, tudo isso em questão de poucos dias.
Enquanto isso, Saturno está tendo o mesmo destino de Júpiter, assim como Netuno e Urano. À medida que o buraco negro vai se infiltrando pelo interior do sistema, a Terra, Marte, Vênus e Mercúrio vão sendo atraídos cada vez mais para seu interior. Esses planetas vão sendo dilacerados pela força gravitacional do buraco negro. Aos poucos, os pedaços desses planetas vão sendo consumidos.
Enquanto isso, o gás do sol é despojado e puxado para dentro do ralo cósmico e a estrela vai ficando cada vez menor e menos fraca, até todo seu gás ter sido consumido, e por fim, seu núcleo.
À essa altura, já não existe nenhum astro no sistema solar, cujo centro abriga um buraco negro que está emitindo muita radiação. Toda a matéria que ele engoliu está compactada em um único ponto infinitamente pequeno, quente e denso em seu interior, e toda a informação dessa matéria está “impressa” em seu horizonte de eventos, que cerca o buraco negro.

Agora que narramos essa cena catastrófica, você deve estar se perguntando sobre qual é a probabilidade de que um buraco negro resolva dar uma voltinha em nosso sistema solar, causando tudo o que citamos. Aqui, pelo menos, temos uma boa notícia. Eles só se formam com o colapso de uma estrela com pelo menos uma massa 10 vezes superior ao do Sol, portanto não há a mínima chance de num futuro próximo surgir um buraco negro no sistema solar.

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